sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eu não moro mais em mim

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu não moro mais em mim.

Perdi o sono pra dar lugar à dor
Me sinto tão vazia quanto a sala do meu apartamento sem móveis
É um espaço que fica, nunca tinha visto um espaço doer
É toda a falta que me ocupa
É todo o desânimo que me faz viver
Porque sem o desânimo, desconheceria em mim a vida.
Seria impassível à tudo, portanto quieta.
É esforço inverso.
O tédio me faz mudar o comportamento
O desânimo me anima a querer mudar tudo.




Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de carros
Eu estou ao meio
Onde será que você está agora ?




sábado, 20 de novembro de 2010

O que eu não quero

Eu não quero mais me sentir assim
Eu não quero mais acordar com os olhos grudados de tão inchados
Eu não quero mais chorar a noite toda
Não quero mais ficar me sentindo assim
Não quero mais sentir essa dor no peito que me esmaga
Não quero mais ver chuva e ficar triste
Não quero mais ver sol e ficar triste
Não quero mais ver pessoas felizes sorrindo no ônibus e me sentir amargurada
Não quero mais ter casais ao meu redor
Não quero mais sair da minha cama
Não quero mais ficar jogada no chão gritando de dor
Não quero mais sufocar minhas lágrimas no travesseiro
Não quero mais ter expectativas e vê-las darem todas errado
Não quero mais pensar
Não quero mais sentir...


Eu queria poder acertar o tempo no exato momento onde tudo começou a deixar de ser perfeito e salvar sem mágoas todo o puro sentimento desse amor que eu sinto e, assim transformar toda a trajetória que me trouxe até aqui.